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Artigos

Nesta seção, apresentamos artigos científicos produzidos por pesquisadores(as) do HGEL.

MESQUITA, F. A.; VIEIRA, F. E. Procedimentos metodológicos para a construção de epi-historiografias: o caso "Pires Ferreira" (1868-1930). Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 19, p. 1-36, 2025.

O artigo sistematiza alguns procedimentos metodológicos possíveis para a construção de “epi-historiografias” (Swiggers, 2010), atividades que resultam em materiais documentais selecionados, organizados e descritos pelo historiógrafos da Linguística em apoio às suas práticas interpretativas. Os procedimentos apresentados podem ser replicados ou adaptadas por outros pesquisadores no processo de constituição e exploração de epi-historiografias. O artigo traz exemplos concretos de caminhos percorridos por pesquisas historiográficas com o intuito de trazer à cena aberta os bastidores que precedem a escrita da história do conhecimento linguístico.

MESQUITA, F. A.; VIEIRA, F. E. Diretrizes teórico-metodológicas para a realização de pesquisas em historiografia da gramaticografia. Confluência, Rio de Janeiro, n. 68, p. 37-80, jan.-jun. 2025.

O artigo desenvolve algumas diretrizes teórico-metodológicas que podem fundamentar diferentes pesquisas envolvendo gramaticografia, domínio de ação metalinguística, descritiva e normativa dos gramáticos. A natureza do artigo é meta-historiográfica, no sentido de promover uma reflexão crítica e sistematizada sobre as práticas de pesquisa em Historiografia da Linguística, com ênfase em seus aspectos teóricos ou metodológicos. Argumenta-se que os estudos no campo da historiografia da gramaticografia são relevantes por traçar narrativas que reconstroem relações de (des)continuidades entre diferentes formas de abordagem de questões gramaticais, o que pode ajudar pesquisadores e professores de língua a terem uma compreensão crítica e historicamente situada da constituição desses conhecimentos como objeto de investigação e ensino.

VIEIRA, F. E. Ferramentas analíticas para uma historiografia dos modelos sintáticos: rede taxonômica e glossário de metatermos da Grammatica da lingua Portugue∫a (1540), de João de Barros. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, v. 32, n. 3, p. 762-803, 2024.

Este artigo apresenta duas ferramentas para análise de modelos sintáticos na história da gramaticografia ocidental: a rede taxonômica e seu glossário de metatermos. Essas ferramentas são utilizadas na sistematização do modelo sintático contido na gramática de João de Barros (1540). A rede taxonômica registra graficamente e exemplifica as relações formais e lógicas entre os metatermos que estruturam um modelo sintático, capturando sua macro-organização e revelando detalhes terminográficos. Já o glossário de metatermos permite ao leitor do presente um entendimento mais aprofundado de um modelo sintático do passado, bem como o acompanhamento das transformações das relações entre termos e conceitos.

SWIGGERS, P. A escrita da história da linguística: uma nota metodológica. Trad. de F. A. Mesquita; M. Maris; F. E. Vieira. Revista Letras, Curitiba, n. 110, p. 189-198, jul./dez. 2024.

Tradução do artigo “The History Writing of Linguistics: A Methodological Note”, de Pierre Swiggers (1981). Nesse texto seminal, o autor apresenta, de forma pioneira, uma abordagem para a escrita da história do pensamento linguístico em termos de programas de investigação: de correspondência, descritivista, sociocultural e de projeção. A versão original em inglês foi revisada, corrigida e atualizada pelo autor. A esta tradução, realizada por membros do HGEL, Swiggers acrescentou um postscriptum.

FERREIRA, E. G. de M. O ensino de língua portuguesa em gramáticas brasileiras oitocentistas. Cadernos de Pós-Graduação em Letras, São Paulo, v. 24, n. 2, p. 131‑148, 2024.

O artigo reflete sobre a gramaticografia brasileira oitocentista e sua relação com o ensino de língua portuguesa, a partir de uma perspectiva historiográfica (Koerner, 2014a, 2014b; Swiggers, 2013, 2019, 2020). Primeiramente, apresenta-se um breve panorama da atmosfera intelectual do século 19 na qual se inscreve a produção gramatical brasileira do português. Em seguida, analisam-se questões sobre o ensino de língua portuguesa que atravessam as gramáticas de Beserra (1861), Villeroy (1870), Pacheco e Lameira (1887) e Ribeiro (1889), com foco nos paratextos dessas gramáticas, na biobibliografia dos autores e em sua autopercepção refletida nas obras.

MESQUITA, F. A. O componente didático da Grammatica portugueza: 1º anno para uso dos cursos primários (1932 [1905]), de Julio Pires Ferreira (1868-1930). Cadernos de Pós-Graduação em Letras, São Paulo, v. 24, n. 2, p. 82‑99, 2024.

Este artigo analisa o componente didático da "Grammatica portugueza: 1º anno para uso dos cursos primarios", de autoria do professor e gramático Julio Pires Ferreira, publicada pela primeira vez em 1905 e adotada em escolas do estado de Pernambuco nas cinco primeiras décadas do século 20. Os movimentos analíticos estão ancorados no aporte teórico-metodológico da Historiografia da Linguística, nos termos de Swiggers (2012, 2019), Koerner (2014) e Altman (2012). Os resultados apontam que a obra apresenta caráter preponderantemente prático, com definições simplificadas e concisas e com a inserção de exercícios que, em sua maioria, abordavam conhecimentos relacionados à análise metalinguística e à norma-padrão.

MESQUITA, F. A.; VIEIRA, F. E. As propostas de ensino de português nas Notas sobre a Lingua Portugueza, de Julio Pires Ferreira (1868-1930). Revista Linguasagem, São Carlos, v. 45, n. 1, p. 38-62, 2024.

Publicado no número temático “Historiografia Linguística” (Linguasagem, v. 45, n. 1, 2024), este artigo analisa as propostas de ensino de português que podem ser identificadas nas duas edições das ‘Notas sobre a Lingua Portugueza’, de Julio Pires Ferreira (1868-1930), obra destinada ao uso escolar dos cursos secundários de Recife (PE), no final do século 19 e início do século 20. Entre outros pontos, a análise revela que, na reedição da obra de Pires Ferreira, a reivindicação inicial de escolarização dos estudos em linguística histórico-comparativa é substituída pela reprodução dos conteúdos gramaticais tradicionalmente previstos nos programas de ensino e nas gramáticas de feição prática.

FARACO, C. A. O português no contexto político das grandes línguas internacionais. Lingue e Linguaggi, Salento (Itália), v. 57, Edição Especial, p. 57-71, 2023.

Neste artigo, é apresentada uma discussão crítica da situação do português como língua internacional. É apontado que, na última década, houve esforços hesitantes para criar uma gestão política multinacional da língua pela revitalização do Instituto Internacional da Língua Portuguesa. Argumenta-se aqui que esses esforços foram completamente infrutíferos e mostraram concretamente que uma gestão política multinacional da língua é impossível. Se a futura fragmentação do português em uma família de línguas parece bastante inevitável, as políticas nacionais parecem ser mais eficazes. Nesse sentido, a recente criação do Instituto Guimarães Rosa para promover o português brasileiro e a cultura brasileira pode ser vista como uma iniciativa importante na direção certa.

MARIS, M.; VIEIRA, F. E. Livro didático de língua portuguesa: onde fica a gramática no reino do texto? Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 17, p. 1-32, 2023.

Este artigo investiga a abordagem dos conhecimentos gramaticais num livro didático de Língua Portuguesa em consonância com as orientações teórico-metodológicas da BNCC. O estudo, situado no campo da Linguística Aplicada, indica haver aproximações e distanciamentos da proposta didática do material com, de um lado, as diretrizes epistemológicas da gramática tradicional (cf. Vieira, 2020) e, de outro, os princípios pedagógicos da tradição sociodiscursiva (cf. Gueiros, 2019). O tratamento dos poucos fenômenos morfossintáticos mencionados pelos autores parece estar sempre subordinado à análise da macroestrutura textual e discursiva da língua, resultando num conjunto assistemático de conteúdos, deslocados da rede conceitual e categorial que encadeia os conhecimentos da tradição gramatical.

FERREIRA, E. G. de M. Aspectos sociais da linguagem nas ideias de William Dwight Whitney (1827-1894): notas historiográficas. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 17, p. 1-31, 2023.

Este artigo busca resgatar aspectos sociais da linguagem no pensamento de William Dwight Whitney (1827-1894) a partir de uma perspectiva historiográfica (cf. Koerner, 1996; 2014; Swiggers, 2013; 2019). As análises centram-se no livro "The life and growth of language" (WHITNEY, 1875), em que o autor apresenta um esboço da ciência linguística e reúne suas principais ideias. Primeiro, contextualiza-se autor e obra em relação ao clima de opinião do século 19 e sua importância na história da Linguística. Na sequência, examina-se aspectos sociais que atravessam as ideias linguísticas do autor na obra, considerando-se o que caracteriza a vida da linguagem, os processos de mudanças linguísticas e as participações do indivíduo e da sociedade na vida da linguagem.

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