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Artigos

Nesta seção, apresentamos artigos científicos produzidos por pesquisadores(as) do HGEL.

FARACO, C. A. Gramática e ensino. Diadorim, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p. 11-26, 2018.

Neste artigo, fazemos uma breve revisão histórica do ensino de gramática desde a Antiguidade Clássica. Na sequência, recuperamos as características do ensino de gramática na tradição escolar luso-brasileira e resenhamos algumas das principais propostas alternativas ao modelo tradicional formuladas, nas últimas décadas, por linguistas brasileiros que têm se envolvido com o ensino de língua portuguesa. Seguimos, portanto, uma metodologia historiográfica e, na parte final, damos destaque a questões que precisam ser melhor detalhadas nas propostas alternativas.

VIEIRA, F. E. Demandas e propósitos de duas gramáticas brasileiras contemporâneas do português. Revista Todas as Letras (Mackenzie. Online), São Paulo, v. 20, p. 12-29, 2018.

Este artigo reflete sobre as demandas e os propósitos de duas gramáticas brasileiras contemporâneas: Azeredo (2008) e Bagno (2012). A investigação fundamenta-se, sobretudo, nos conceitos de “gramatização” (Auroux, 1992) e “paradigma tradicional de gramatização” (Vieira, 2015, 2018). A análise, essencialmente qualitativa e interpretativa, mostra que essas gramáticas se atentam a funções sociais diferentes dos propósitos genéricos das gramáticas tradicionais, bem como se deslocam do que socialmente se costuma esperar de um livro de gramática.

FARACO, C. A. Língua Portuguesa: construindo consensos políticos para o futuro. Revista Brasileira, Rio de Janeiro, ano VI, v. 92, p. 71-79, 2017.

O artigo faz uma revisão da situação atual da língua portuguesa no mundo, dando destaque às mudanças demográficas que ocorrerão até o fim deste século em Angola e Moçambique. Como resultado, 40% dos falantes de português estarão na África e o percentual brasileiro baixará dos atuais 85% para 52% do total. Advoga-se um envolvimento maior do Estado brasileiro na promoção internacional da língua. Aponta-se a importância da participação brasileira no Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O texto se encerra com considerações sobre a promoção do idioma no plano nacional.

VIEIRA, F. E. Teorias de gêneros hoje: pontos de convergência. Caminhos em Linguística Aplicada, Taubaté, SP, v. 16, n. 1, p. 132-152, 1º sem. 2017.

Este artigo busca sistematizar os aspectos teórico-analíticos que caracterizam as teorias de gêneros mais produtivas no Brasil, focalizando seus pontos consensuais e possibilitadores da “síntese brasileira de gêneros” (Bawarshi; Reiff, 2010). A sistematização parte da proposta taxionômica de Bhatia (2004) – Escola Norte-americana, de Sidney e Britânica –, acrescentando um quarto enquadre teórico, o da Escola de Genebra. Argumenta-se que, na base dessas quatro escolas de gêneros, a despeito das diferenças de objetivos, categorias e métodos, reside a ideia de que os gêneros refletem e coordenam modos sociais de conhecer e agir no mundo, e assim representam maneiras valiosas de se investigar como os textos funcionam em diversos contextos e como os estudantes podem agir significativamente em tais contextos.

VIEIRA, F. E. A norma-padrão (e seus outros nomes) na avaliação da produção escrita. Calidoscópio, São Leopoldo, RS, v. 15, p. 6-17, 2017.

Este artigo reflete sobre as noções de norma culta e norma-padrão, na tentativa de estabelecer um diálogo sobre o tema com professores envolvidos no ensino e na avaliação da produção de textos escritos. São discutidos os sentidos, nem sempre claros, que podem ser atualizados a partir dos termos “culta” e “padrão”, intercambiáveis quando se atenta às provas de redação das edições do ENEM de 1998 a 2014. Em seguida, analisa-se uma redação escolar que apresenta alguns aspectos morfossintáticos próprios das práticas escritas e formais dos brasileiros "cultos". Tenta-se mostrar que, muitas vezes, a tradição gramatical já legitima tais aspectos em suas prescrições, de modo que sua possível interdição decorrerá muito mais da ideologia da norma “curta” e hipercorreta.

VIEIRA, F. E.; ALEXANDRE, D. J. A. Gramática escolar, formação do professor e saberes docentes. Cadernos do IL, Porto Alegre, n. 52, p. 549-565, 2016.

Este artigo objetiva investigar a relação entre o uso de gramáticas escolares e os saberes docentes envolvidos no ensino de português. Foram aplicados questionários a 178 professores de 17 municípios paraibanos, na tentativa de entender como acontece o trabalho com gramáticas escolares nesses lugares, quais as funções desse livro em sala de aula e quais os impactos e reflexos de seu uso na prática docente. Buscou-se respaldo teórico, principalmente, em Tardif (2013). Os resultados apontam que essas obras atuam como instrumentos minimamente reguladores do currículo e, muitas vezes, como única fonte de pesquisa e atualização do professor, o que levanta questões sobre formação docente continuada e trajetória profissional.

VIEIRA, F. E. Assujeitamento e conflito na constituição do sujeito em textos de apresentação de gramáticas escolares do português. Fórum Linguístico, Florianópolis, v. 13, n. 3, p. 1334-1350, 2016.

Este trabalho, situado na Análise do Discurso de linha pecheutiana, investiga como gramáticas escolares dizem incorporar as consequências da virada pragmática a seus propósitos prescritivistas e a sua organização tradicional. Os resultados indicam que os sujeitos desses discursos estão filiados ideologicamente à formação discursiva da virada pragmática no ensino de língua portuguesa (FDV). Nesse processo de assujeitamento, tais sujeitos instauram um movimento de identificação com a forma-sujeito associada à FDV. Porém, ainda que se tenda à coincidência plena entre sujeitos do discurso e do saber, também há espaço para “falhas no ritual” do assujeitamento, instaurando um espaço de conflito, ao invés de unicidade, e uma forma-sujeito heterogênea em relação a si mesma.

VIEIRA, F. E. Análise dialógica dos textos de apresentação de gramáticas escolares do português. Encontros de Vista, Recife, v. 15, n. 1, p. 30-46, jan.-jun. 2015.

Inscrito na teoria e análise dialógica da linguagem de Bakhtin/Volochínov, este artigo analisa a materialidade discursiva das apresentações de três gramáticas escolares de língua portuguesa publicadas nos últimos dez anos. O propósito maior é observar como esses instrumentos orquestram a multiplicidade de discursos e vozes que constituem esses textos de apresentação, considerando suas relações com o contexto sócio-histórico-ideológico que os engendra e atualiza sentidos. A análise aponta que os discursos engendrados nesses textos são tecidos a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem como indicadores das transformações pelas quais o ensino de língua passou (e vem passando) nos últimos anos, reverberando discursos em conflito e tensão.

SILVA, C. R. T.; VIEIRA, F. E. Aspectos morfossintáticos do português brasileiro sob a ótica das gramáticas contemporâneas: contribuições da gramática gerativa. Acta Semiótica et Lingvistica, João Pessoa, v. 19, ano 38, n. 1, p. 186-202, jan.-jun. 2014.

Pesquisas em gramática gerativa mostram que o português brasileiro (PB) vem passando por um processo de mudança em progresso que resulta na emergência de uma nova gramática (cf. Roberts; Kato, 1996; Kato; Negrão, 2000; Galves, 2001). Esse processo pode ser explicado pelo enfraquecimento do paradigma de flexão verbal e reorganização do paradigma pronominal no PB. Este artigo objetiva investigar se gramáticas de linguistas vêm incorporando essas contribuições gerativistas. Os resultados apontam que algumas obras não só apresentam uma descrição mais fiel à nossa realidade linguística, como também partem de novas perspectivas de análise gramatical, embasando-se em estudos linguísticos de base gerativista.

FARACO, C. A. Interação e linguagem: balanço e perspectivas. Calidoscópio, São Leopoldo, RS, v. 3, n. 3, p. 214–221, set.-dez. 2005.

Neste artigo, faz-se um balanço crítico das abordagens do tema "interação e linguagem". Apresenta-se uma resenha, cronológica e tematicamente, de alguns dos principais percursos científicos e filosóficos que têm posto seu foco sobre a interação e a linguagem na interação, com o objetivo de contribuir para projetos de teorizações integradoras. O texto reconhece que se está muito distante ainda de uma teoria integrada, mas levanta alguns aspectos que poderiam já ser adotados como fundamentos gerais das análises e discussões correntes, sem se deixar limitar, nesse exercício epistemológico, por axiomas teóricos específicos.

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